
Na história do cinema nacional, muitos filmes foram uma surpresa para o público. No mau sentido. Seja pela história fraca, por atuações deprimentes ou pela junção dessas duas coisas, eles deram uma aula sobre como não fazer cinema.
Confira:
Em 10º Lugar Luzia Homem:
“Age e pensa como homem. Ama e sente como mulher.” É assim que Luzia Homem é apresentada ao público no trailer do filme de 1984. Baseado no romance homônimo de Domingos Olímpio, conta a história da menina que prese
ncia o homicídio de seus pais, passa a ser criada por um vaqueiro e acaba ganhando os trejeitos dos homens do sertão, até que cresce, vai atrás do assassino e acaba se apaixonando. Além da fraca atuação de Claudia Ohana, a protagonista não tem nada que chegue a cativar a simpatia do espectador. Na literatura, a história é considerada um clássico. Nos cinemas, não passou de algo sem grande expressão, talvez também por deixar a essência retirante do livro de lado e focar a vida amorosa da personagem.

Em 9º Lugar Lula o Filho do Brasil:
A mais cara produção
brasileira -- 12 milhões de reais -- estreou nos cinemas este ano esperando atrair mais de
5 milhões de pessoas. Não chegou a 900.
000. Claramente, a mitificação q
ue Lula, o Filho do Brasil faz da vida do presidente não agradou. O diretor, Fábio Barreto, chegou a dizer que sua intenção não era ser fiel à realidade, mas sim “fazer um melodrama”. E conseguiu, já que muitas cenas mostradas no longa jamais aconteceram, e outras foram infladas
de tal forma que Lula ganha ares de herói. Em uma passagem, por exemplo, Lula criança enfrenta o pai, que tentava bater em sua mãe, gritando: “Homem não bate em mulher”. O fato verdadeiro -- citado pelo livro de mesmo nome -- é que, depois de bater em Dona Lindu, o pai de Lula avança para bater nele, mas é contido pela mãe.

Em 8º lugar O Guerreiro Didi e a Ninja Lili:
Se seu filho chegar com
todo aquele charme típico das crianças pedindo: “Papai, faz um filme para mim?”, não aceite. Tome como exemplo o erro cometido por Renato Aragão ao dizer “sim
” para Lívian e produzir O Guerreiro Did
i e a Ninja Lili (2008), depois de já ter mimado a filha com O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili (2006) -- sim, são dois filmes diferentes. É importante, claro, levar em consideração que desde o fim dos Trapalhões ele parece estar fazendo hora extra na TV e no cinema, alheio ao fato de o sucesso do passado já ter ido por água abaixo. Por isso, a cada ano surge um título novo que ganha os cinemas e decepciona crítica e público. Mas nada que se compare ao talento duvidoso da pequena Lívian que, se sonha mesmo em ser atriz e protagonista de um filme de verdade algum dia, tem um longo caminho pela frente.

Em 7º Lugar Orfeu:
A mitologia grega subiu o morro carioca em pleno Carnaval. Em vez de um
deus, Orfeu (Toni Garrido) é compositor de escola de samba. Sua amada, Eurídice (Patrícia
França),
é a mais nova moradora da favela, e o antagonista da história é Lucinho (Murilo Beníci
o), chefe do tráfico local. Uma a
daptação abrasileiradamente pobre de um drama que, na versão original, é permeada por magia e deuses. Incrivelmente, foi o film
e que o Brasil tentou levar ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nem chegou perto. Apesar da pouca consistência da trama e da tentativa
fracassada de Toni Garrido de convencer como ator, conseguiu atrair 900.000 pessoas aos cinemas e foi veiculado em horário nobre na TV aberta.

Em 6º Lugar Acquaria:
Sandy e Júnior são irmãos, cantam e querem o bem do mundo. Não, não se trata da bi
ografia dos filhos do sertanejo Xororó. É o filme Acquaria (2003), que mostra a luta de dois jovens pela preservação da Terra e dos humanos, a partir do momento em que o p
laneta vê todas as suas reservas de água secarem. Mas, para tentar atrair a atração do púb
lico, o longa não poderia
se limitar ao já limitado talento da dupla no ramo da atuação. Pensando nisso, a história teria que seguir em algum momento para o lado da música. Afinal, eles são cantores. O longa mostra, então, a vila onde moravam dois cientistas que desenvolviam uma máquina de gerar água e, ao mesmo tempo, construíam instrumentos musicais. Depois que eles são mortos, o local se torna ponto de encontro de músicos. E Sandy canta.
Levou pouco mais de 800.000 pessoas aos cinemas.

Em 5º Lugar Xuxa em um sonho de menina:
Nas décadas de 80 e 90, qualquer filme que levasse o nome de Xuxa era chamariz suficiente para atrair milhões de pessoas aos cinemas e garantir sucesso. O período de férias escolares era dominado por ela e Os Trapalhões. Mas, a entrada d
os anos 2000 foi um golpe de foice na maje
stade da Rainha dos Baixinhos. Seus filmes viram o número de espectadores cair vertiginosamente. Xuxa em Sonho de Menina (2007) foi o marco dessa decadência -- depois de mais de dois meses em cartaz, o número de espectadores não saiu da faixa dos 300.000. Em en
trevista, Xuxa chegou a dizer que se tratava de uma sequência de Lua de Cristal (1990). Mas nem de longe a história da professora Kika, que volta a ser criança ao comer um doce de maçã mágico, pode ser comparado ao clássico que levou mais de 5 milhões de pessoas aos cinemas.

Em 4º Lugar Doida Demais:
Verdade seja dita: Vera Fischer é, sim, só um mais rostinho bonito na TV. Quando o espectador entende isso, passa a perceber que ela cum
pre bem seu papel no filme Doida Demais (1989), feito numa época em que pudor não era algo muito aplicado ao cinema nacional. O que resta, portanto, é admirar seu corpo e os lindos olhos verdes. Nem os grandes talentos de José Wilker e Paulo Betti fazem a história valer alguma coisa. Vera vive Letícia, uma falsificadora de quadros, que decide terminar seu relacionamento com Noé (José Wilker). Ele não aceita e começa a persegui-la, principalmente depois que ela conhece Gabriel (Paulo Betti), com quem começa a se relacionar. O filme foi uma decepção para os fãs do diretor Sérgio Rezende, que vinha numa carreira de sucesso crescente.

Em 3º Lugar Inspetor Faustão e o Malandro:
Se o talento de Faustão como apresentador é algo duvidoso, como ator ele pode ter uma certeza: não nasceu para isso. Junte-se a ele o inclassificável Sérgio Mallandro e uma história bizarra e temos Inspetor Faustão e o Mallandro, filme de 1991. Faustão é um feirante que recebe um chamado divino para investigar o desaparecimento de uma espécie rara de codornas, cujos ovos são alvo de contrabando devido a suas propriedades afrodisíacas. São estes ovos que servem de inspiração a Mallandro, o desastrado assistente do inspetor que sonha em
ser cantor, para criar o “rap do ovo” -- que se tornou um clássico trash da década de 90 (vídeo acima). Registrou um público de pouco mais de 400.000 pessoas.

Em 2º Lugar EntreLençóis:
Aa única coisa que realmente chama a atenção em Entre Lençóis (2008). Talvez por isso o diretor tenha explorado os corpos dos dois atores de todos os ângulos possíveis. O ambiente facilitou as filmagens nesse sentido, já que quase todo o filme se passa em um quarto de motel onde figurino acaba reduzido ao lençol da cama -- quando muito. É onde o casal se encontra desde a primeira vez, após se conhecerem em uma boate e trocarem umas poucas palavras. Mesmo que depois o mesmo quarto sirva para que eles conversem sobre os mais diversos temas, muito pouco se acrescenta. Tudo na relação de Roberto e Paula parece confuso e superficial, assim como o longa, que teve pouco mais de 130.000 espectadores. inquestionável belez
a de Paola Oliveira e Reynaldo Giannechini é

E em 1º Lugar Cinderela Baiana:
Vergonha alheia. É o que sentem os brasileiros que assistem ao menos um trecho de Cinderela Baiana (1998). Se até Carla Perez -- a protagonista -- disse mais de uma vez que “como atriz” se arrepende do filme, ele não deve ser algo que deva ser levado a sério. Tudo já começou errado, quando alguém pensou que uma dançarina de axé, por melhor que fosse, mereceria uma cinebiografia. Sim, o filme conta a trajetória da loira, que venceu uma infância pobre para ganhar fama e sucesso na dança. Mas tudo é contado, claro, de uma forma muito mais “épica”. Foi um fiasco de bilheteria nos cinemas -- não há números oficiais, talvez pela dúvida de que alguém tenha realmente assistido -, mas é um grande sucesso no YouTube entre os fãs de fitas “trash”. No apoteótico final, Carla desce de seu super carro indignada -- mesmo que a expressão facial não retrate isso -- ao ver pequenos pedintes na beira da estrada, faz um discurso criticando o trabalho infantil e dança alegre ao lado das crianças
Eu poderia ter colocado mais uns 100 filmes ai só do DIDI eu colocaria quase todos, mais esses 10 representam bem a mediocridade brasileira na hora de fazer filmes.
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